Refletir sobre a questão ambiental. Este foi o tema da edição de 2008 do Festival Internacional de Filmes de Tóquio, que começou neste sábado (18) e segue até o próximo dia 26 na capital japonesa.
O ser ecologicamente correto foi levado tão a sério que não bastava apenas usar energia não-poluente - a exibição de todos os filmes virá da força dos ventos -, mas também mudou o vermelho tradicional do carpete por onde passam as celebridades. O novo tapete é verde em todos os sentidos, da cor ao material, reciclado a partir de 18 mil garrafas plásticas.
O cenário da cerimônia aconteceu dentro da Roppongi Hills, um condomínio de luxo que fica num dos endereços mais valorizados da capital japonesa. Ali, de onde se vê a Torre de Tóquio, um dos cartões postais do Japão, passaram algumas (poucas) estrelas internacionais como Jon Voight, presidente do júri do Festival, e Julianne Moore, uma das protagonistas de "Ensaio sobre a Cegueira", filme que integra o Festival como convidado. O elenco do longa-metragem dirigido por Fernando Meirelles apareceu em peso: junto com a atriz, novamente ruiva, estavam Yûsuke Isetani e Yoshino Kimura - que também é embaixadora do evento -, além do próprio Meirelles.
Mas as atenções voltaram mesmo para o elenco de "Red Cliff part 1", épico de John Woo que custou quase US$ 100 milhões, mas já bateu o recorde histórico de arrecadação na China, superando a marca de "Titanic". A série de longa-metragem baseada na mais popular história chinesa, "Romance of the Three Kingdoms", conta os detalhes de uma operação militar que mudaria a história do país para sempre. Estrelas de primeira grandeza na Ásia, Tony Leung (de "Desejo e Perigo") e Takeshi Kaneshiro ("O Clã das Adagas Voadoras") arrancaram gritos histéricos das normalmente contidas fãs japonesas. A equipe caminhou no carpete verde junto com o Primeiro-Ministro Tarô Asô e Toshihiro Nikai, Ministro da Economia, Indústria e Comércio do Japão.
Nos nove dias do evento, a organização prevê exibir 315 trabalhos, de vários países do mundo. Na categoria competição, concorrem 15 filmes, como o japonês "Echo of Silence", estréia de Atsuro Watabe como diretor e que conta uma história de perdas - uma mulher sem seu amor e um homem que não fala -, e o hispano-holandês "Sing for Darfur", documentário de John Kramer que critica os moradores das cidades alienados ao que acontece no mundo.
Os filmes convidados se destacam pela diversidade. Além de "Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles e "Red Cliff part 1" de John Woo, serão exibidos a produção mais cara da Coréia do Sul, "D-War", que custou US$ 34,5 milhões, "A Outra", história de intriga das irmãs Bolena que mudaria a história da Inglaterra, e o documentário inglês "In the Shadow of the Moon", que traz entrevistas com astronautas que pisaram na lua e imagens inéditas da Agência Espacial dos EUA.
Naturalmente, o Festival conta também com diversos autores locais, como Mamoru Oshii, um dos mestres da animação japonesa - ele fez a adaptação de "O Fantasma do Futuro" -, que divide a claque com outros três diretores em "Kill", uma reunião de quatro histórias de ação com espadas. Por falar em desenho, no ano em que Osamu Tezuka faria 80 anos, o evento traz algumas das obras mais famosas do autor que é reconhecido como o "deus do quadrinho japonês" e um dos precursores do desenho animado no arquipélago, o chamado anime, que tanto se popularizou no mundo inteiro.
Por fim, como o tema de 2008 do Festival Internacional de Filmes de Tóquio é o verde, há uma categoria com filmes que falam sobre a natureza (ou sua destruição). É o caso do americano "Encounters at the End of the World", de Werner Herzog, que filma uma viagem à Antártica, o anglo-americano "The Meerkats", que mostra as peripécias que uma família de suricatas, e o documentário vencedor do Oscar "Uma Verdade Inconveniente".
Acesse o site oficial 21st TOKYO INTERNATIONAL FILM FESTIVAL
fonte: uol cinema
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