
Com foco no cinema documentário, no cinema contemporâneo e político, a seção é a mais ousada e a mais surpreendente do festival. O foco na temática gay, lésbica e transgênera é a alma da mostra paralela da Berlinale.
Sem as correntes das (potenciais) distribuidoras de filmes, as obras cinematográficas chegam a Berlim nuas e vão se formando, se cristalizando, dependendo da reação do público e da repercussão dos respectivos filmes. O frequentador da seção Panorama chega esfomeado por novas temáticas, novas linguagens, por surpresas. E sempre as encontra.
Com os seus pouco mais de 20 anos de existência, esta plataforma já tem história de peso para contar: estrelas do patamar internacional de hoje iniciaram sua carreira na mostra mais instigante do festival. Não é raro a mostra servir de trampolim para a plataforma cinematográfica internacional. Isso aconteceu com Antonio Banderas, a também espanhola Penélope Cruz, a diretora franco espanhola Isabel Coixet, o já falecido Guillelme Depardieu, filho do ídolo dos três mosqueteiros,Gerard Depardieu.
Mas a Panorama não seria eclética se não houvesse também “the other way round”. Diretores premiadíssimos no palco internacional voltam para suas raízes quando querem experimentar, renovar suas linguagens. Depois de arrematar na competição o Urso de Ouro com Central do Brasil,Walter Salles em 1999 retornou à Panorama, na época com Daniela Thomas, que havia escrito o roteiro de O Primeiro Dia. Também o diretor José Padilha, vencedor do Urso de Ouro em 2008 comTropa de Elite, retornou à mostra com Garapa, documentário em preto e branco, usando som direto e abdicando de todos os extras que pudessem desviar a atenção do tema principal.
A organização da mostra acrescenta: “Depois de viagens da nossa equipe pela Ásia, Américas do Sul e Norte já estão estipulados 25 dos 50 filmes a serem apresentados. Eles espelham a intensa produção cinematográfica nessas regiões em tempos de crise. Também o caráter documentário da mostra tem continuidade esse ano. Um terço da programação é composta desse estilo”.
Já tradicional na mostra Panorama é o prêmio de público “Publikumspreis”. Mais de 20.000 cinéfilos participarão da votação, que é feita em cartões postais colocados à disposição por todo o cinema e que, depois de preenchidos, são colocados em urnas. Mesmo o Prêmio de Pùblico não sendo acompanhado de uma premiação em dinheiro, ele é um dos mais cobiçados prêmios da Mostra. Ter seu filme escolhido como melhor pelo público mais curioso e mais apaixonado do festival é, para a maioria dos diretores, motivo de imensa alegria e orgulho.
PROGRAMA PRINCIPAL + PANORAMA SPECIAL
Amphetamine de Scud, Hongkong, China (Première Mundial)
Com Thomas Price, Byron Pang, Winnie Leung
Besouro, de João Daniel Tikhomiroff, Brasil
Com Aílton Carmo, Jéssica Barbosa, Anderson Santos de Jesus, Flávio Rocha, Irandhir Santos
Iniciação, de Peter Kern, Áustria
Com Helmut Berger, Harry Lampl, Melanie Kretschmann, Michael Steinocher, Manuel Rubey, Matthias Franz Stein, Oliver Rosskopf, Heribert Sasse, Gregor Seberg
El Mal Ajeno, de Oskar Santos, Espanha (Première Mundial)
Com Eduardo Noriega, Belén Rueda, Angie Cepeda, Cristina Plazas, Clara Lago
Golden Slumber, de Yoshihiro Nakamura, Japão
Com Masato Sakai, Yuko Takeuchi, Hidetaka Yoshioka, Gekidan Hitori, Nao Omori, Sango Kitamura
Just Another Love Story, de Kaushik Ganguly, Rituparno Ghosh, Índia (Première Mundial)
Com Rituparno Ghosh, Indraneel Sengupta, Chapal Bhaduri, Raima Sen, Jisshu Sengupta
Kawasaki’s Rose, de Jan Hrebejk, República Tcheca (Première Mundial)
Com Daniela Kolárová, Martin Huba, Lenka Vlasákova, Milan Mikulcík
Kosmos, de Reha Erdem, Turquia/Bulgária
Com Sermet Yesil, Türkü Turan, Hakan Altuntas, Sabahat Doganyilmaz, Korel Kubilay
Family Tree, de Olivier Ducastel, Jacques Martineau, França (Première Mundial)
Com Guy Marchand, Françoise Fabian, Sabrina Seyvecou, Yannick Renier
Nacidas para Sufrir,de Miguel Albaladejo, Espanha
Com Adriana Ozores, Petra Martinez, Malena Alterio, Ricard Borrás, Jorge Calvo, Marta Fernández Muro, Maria Elena Flores
Parade, de Isao Yukisada, Japão
Com Tatsuya Fujiwara, Karina, Shihori Kanjiya, Kento Hayashi, Keisuke Koide
Phobidilia, de Doron Paz, Yoav Paz, Israel
Com Ofer Shechter, Efrat Baumwald, Shlomo Bar Shavit, Efrat Dor
Going South, de Sébastien Lifshitz, França
Com Yannick Renier, Léa Seydoux, Nicole Garcia, Théo Frilet, Pierre Périer
Por Tu Culpa, de Anahí Berneri, Argentina/França (Première Mundial)
Com Erica Rivas, Ruben Viani, Nicasio Galán, Zenón Galán, Osmar Núñez
Sex & Drugs & Rock & Roll, de Mat Whitecross, Inglaterra
Com Andy Serkis, Naomie Harris, Olivia Williams, Bill Milner, Tom Hughes
Son Of Babylon, de Mohamed Al-Daradji, Iraque/Inglaterra/França/Emirados Árabes/Holanda/Egito
Com Yassir Talib, Shazada Hussein, Bashir Al-Majid
The Man Who Sold The World, de Swel Noury, Imad Noury, Marrocos
Com Said Bey, Fehd Benchemsi, Audrey Marnay, Latifa Ahrrare, Hakim Noury
The Actresses, de E J-Yong, Coréia do Sul
Com Yoon Yeo-jeong, Lee Mi-sook, Ko Hyun-joung, Choi Ji-woo, Kim Ok-vin, Kim Min-hee
PANORAMA DOKUMENTE
All My Tumbler Girls Or All About Women Who Dare To…, de Lothar Lambert, Alemanha (Première Mundial)
Beautiful Darling: The Life And Times Of Candy Darling, Andy Warhol Superstar, de James Rasin, USA (Première Mundial)
Gay Days, de Yair Qedar, Israel
Making The Boys of Crayton Robey, EUA, com Mart Crowley, Edward Albee, Tony Kushner, Terrence McNally, Dominic Dunne, William Friedkin, Robert Wagner (Première Mundial)
Postcard To Daddy, de Michael Stock, Alemanha (Première Mundial)
Waste Land, de Lucy Walker, Codireção: João Jardim, Karen Harley, Inglaterra/Brasil
Lullaby, de Tamara Trampe, Johann Feindt, Alemanha, com Detlef Jablonski, Helmut Oehring, Santos, Apti Bisultanov, Jocelyn B. Smith (cantora norte-americana, há décadas radicada em Berlim) (Première Mundial)
A partir do dia 1º de fevereiro, a programação completa do Festival estará disponível no site oficial.
fonte: adoro cinema
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