sábado, 23 de agosto de 2008

Festival de Montreal supera crise e inicia hoje nova etapa


Após superar uma profunda crise que quase acabou com o evento, o Festival de Cinema do Mundo de Montreal (FFM, na sigla em francês) inicia hoje sua 32ª edição com centenas de filmes, incluindo dois brasileiros.

Há três anos, o festival parecia fadado ao fim antes de completar três décadas.

Seus principais patrocinadores, os Governos federal e de Quebéc, através das instituições Téléfilm Canada e Société de développement des entreprises culturelles (SODEC), retiraram seu apoio financeiro, após brigas com o diretor do FFM, Serge Losique, e criaram o Festival du Nouveau Cinéma.

Mas o festival alternativo durou apenas um ano e, finalmente, em 2007, as duas instituições públicas voltaram a financiar o festival de Losique.

"Agora, tudo voltou à normalidade", declarou à Agência Efe o porta-voz do evento, Henry Welsh, quando perguntado sobre os problemas do passado.

"Recebemos mais de dois mil filmes de todo o mundo" acrescenta Welsh. Deste número, os organizadores selecionaram 455 filmes (234 longas-metragens, 13 média-metragens e 208 curtas).

Welsh destacou também as dificuldades em selecionar apenas uma fração dos filmes que são enviados à organização.

"Há tantos filmes produzidas por ano. O mundo do cinema cresceu graças às novas tecnologias que tornaram muito mais fácil rodar e produzir um filme. Agora, é possível montar um longa-metragem em um Apple!", acrescentou.

Welsh também reconheceu que como o FFM acontece exatamente antes dos festivais de Toronto e San Sebastián e, ao mesmo tempo em que o de Veneza, a concorrência se torna feroz na hora de atrair artistas e filmes.

Mas o porta-voz do FFM acrescentou que o importante para Montreal "não são as estrelas, e sim os filmes".

Welsh também disse que a essência do festival de Montreal é "descobrir novos filmes, produtores e intérpretes", ao invés de seguir as figuras já estabelecidas.

Montreal, ao contrário de Toronto, tem caráter competitivo. Sua principal premiação é o Grande Prêmio das Américas.

Este ano, 20 longas-metragens e 12 curtas competem pelo prêmio.

Além de dois filmes da própria região de Quebéc, "En plein coeur" e "Ce qu'il faut pour vivre", estão presentes na Competição Mundial filmes de Alemanha, França, Sérvia, Israel, Bélgica, Japão, China, Argentina, México, Filipinas, Cazaquistão, Suécia, Índia e Espanha.

O Brasil será representado por dois filmes, o longa-metragem "Call Girl" e o curta "Pelo Ouvido".

O primeiro é uma produção de 2007, dirigida por António-Pedro Vasconcelos no qual uma garota de classe alta é contratada para seduzir o prefeito de uma cidade do interior. Já o segundo, de Joaquim Haickel, conta a história de uma mulher que tenta reascender a paixão de seu marido após um acidente de carro.

O festival começa na noite de hoje com a estréia de "Paris 36", do diretor francês Christophe Barratier, que foi indicado ao Oscar por "A Voz do Coração", filme que o FFM em 2004. O Festival de Cinema do Mundo irá até 1º de setembro.

fonte: EFE

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