quinta-feira, 7 de agosto de 2008

File prioriza jogos e cinema em sua 9ª edição em São Paulo


A nona edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece de 5 a 31 de agosto em São Paulo, privilegia os jogos eletrônicos e o cinema digital, responsável pelo nome desta edição do evento, "File 2008 Milhões de Pixels" -- referência aos 8 milhões de pixels por frame de resolução da tecnologia 4k.

"Os braços do festival este ano são os games, tanto na área de instalações quanto dentro dos computadores", explica Paula Perissinoto, uma das organizadoras do evento.

Entre o que a organização do evento classifica como "instalações-games", ou as instalações que se assemelham a jogos -- ou de fato são -- destacam-se "Levelhead", do espanhol Julian Oliver, e "Full Body Games", dos norte-americanos Jonah Warren e Steven Sanborn, ambas totalmente dependentes da interatividade do público, como é boa parte do festival.

O primeiro consiste em três cubos plásticos que, ao serem manuseados, funcionam como salas virtuais projetadas em uma tela à frente do espectador. Dentro desses ambientes há um personagem que se movimenta pelas salas, ou pelos cubos, com a meta de encontrar a porta que liga um espaço a outro. "Acho que é mais um game do que arte, meu maior interesse foi relacionar o que você faz com sua mão com o que aparece na tela", explica o espanhol Oliver.

Já "Full Body Games", dos nova-iorquinos Jonah e Steven, é um jogo virtual em que são usados movimentos do corpo para desviar de obstáculos, ao estilo de jogos como o da série "Mario Bros".

Entre os games mais usuais, ou os que ficam apenas "dentro dos computadores", há trabalhos premiados pela Abragames, entidade que promove a indústria brasileira no desenvolvimento de jogos eletrônicos.

O espaço destinado às instalações do File recebe ainda um "jardim" de plantas que produzem som ao serem tocadas, trabalho dos argentinos Ivan Ivanoff e José Jiménez, que assinam respectivamente como i2off.org e r3nder.net. "Transformamos plantas em robôs", diz Jiménez.

Em "Phantasm", do japonês Takahiro Matsuo, uma esfera, ao ser colocada na palma da mão do espectador, provoca a "criação de um mundo de fantasia", como define Matsuo. A magia apontada consiste na iluminação de uma área ao redor do visitante e na aparição de borboletas virtuais, projetadas em uma tela ao som de melodia de piano.

Fora do espaço expositivo, o destaque é a atuação do grupo Graffiti Research Lab, de Nova York. Com uma caneta a laser eles devem marcar prédios pela cidade de São Paulo durante a primeira semana do festival. Na abertura do evento, na noite da última segunda-feira (4), o prédio do Sesi recebia 'tags' - assinaturas em letras cursivas, geralmente de difícil identificação, originárias do grafite -- de alguns artistas do grupo.

Na área de cinema, o maior destaque do evento é a exibição de 14 projetos feitos com a chamada tecnologia 4k, capaz produzir uma imagem 24 vezes mais definida que a do aparelho de televisão tradicional. "Mostramos experiências feitas com essa nova tecnologia, que tem sido estudada para ser o futuro do cinema hollywoodiano", conta Paula.

Já no Hipersônica -- seção musical do File que destaca experimentações sonoras e pela qual já passaram o DJ Spooky e o catalão Marcel.lí Antúnez Roca em edições anteriores- -- apresentam-se o austríacos Bernhard Gal e os brasileiros Luiz duVa e Wilson Sukorski.

O festival abriga ainda uma retrospectiva do artista digital austríaco Zeiko Wiener (1953 - 2006), que em 1999 desenvolveu, ao lado de Ursula Hentschläger, o website www.zeitgenossen.com, uma plataforma independente para arte e pesquisa.

As instalações do File, como "Full Body" e "Phantasm", podem ser visitadas de 5 a 31 de agosto, enquanto demais atrações ocorrem de terça (5) até sexta-feira (8).

Toda a programação tem entrada grátis. Veja mais detalhes no site oficial do evento.

fonte: uol cinema

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