Pelo segundo ano consecutivo, o maior evento cinematográfico da Alemanha deixa um filme brasileiro fora da competição. Também pelo segundo ano consecutivo, uma das mais importantes janelas para o mercado internacional peca por não ter a intensa atividade cinematográfica no Brasil espelhada em sua mostra de maior prestígio.
A vigésima sexta vaga da competição foi preenchida pelo filme Exit Through the Gift Shop. O primeiro filme do artista gráfico Bansky.
De fato o cinema brasileiro estará muito bem representado nas seções Panorama e Generation, mas mesmo assim o time do festival peca este ano não “só” quanto ao cinema brasileiro.
Diretores independentes e dissidentes do Irã enviaram hoje carta aberta ao diretor do festival, o acusando de só projetar filmes do país de cineastas concedentes e coniventes com o regime do presidente Ahmadinejad. Esta carta foi enviada hoje para meios de comunicação de toda a Alemanha, pleiteando um boicote ao festival. Claro que este boicote não acontecerá, porque, mesmo não estando de acordo com muitas escolhas e posturas do makers do festival, a verdade é que o amante da sétima arte não consegue viver sem a Berlinale.
Em sua história de 60 anos, o festival já foi plataforma escolhida, e ao mesmo tempo necessária, para muitos tipos de protestos. Berlim sempre foi um palco político, mas que se tornou um tanto letárgico, se acomodando no seio do estado social alemão. Seria frutífero se outros cineastas e afins voltassem a expressar publicamente suas críticas, sempre que isso fosse necessário.
O contrato de Dieter Kosslick foi renovado até 2013. Parece que as mudanças urgentes na concepção do Festival e no seu departamento de imprensa ficarão na gaveta por, pelo menos, mais três anos.
fonte: adoro cinema
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