Que a mostra Panorama é a mais instigante do festival isso não é novidade alguma. Mas este ano promete um verdadeiro banquete estilístico cinematográfico. Os responsáveis pela escolha dos filmes se superaram no caráter eclético, político (necessário) e no caráter provocador, não deixando nenhum cinéfilo interessado a ver navios.
Tem documentários sobre a Nova Iorque dos anos 70 no auge da era (Andy) Warhol, linguagens cinematográficas por demais herméticas como no filme Os Famosos e os Duendes da Morte, do diretor Esmir Filho.
Em tempos de saturado processo de globalização, os “clássicos” meios de se chegar à notícia estão esgotados, desgastados, descreditados, saturados. Onde a mídia fracassa em informar, o cinema, em formato documentário ou não, ofererece a possibilidade de obter não notícias, mas informação: sem filtros, sem corte, sem a motivação político partidária, em suma, sem qualquer tipo de censura.
A mostra Panorama neste ano entendeu mais do que nunca esta nossa necessidade pós moderna contemporânea de uma linguagem de conteúdo. Nunca tivemos tão facilmente acesso aos mais diversos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, nunca fomos tão ignorantes e tão automaticamente seletivos na percepção do que achamos que é informação.
Os filmes falam uma linguagem direta, sem retoques, sem os inevitáveis sorrisinhos das âncoras dos horários de Primetime sobre e sub equatorianos.
Sem quaisquer pudimos estilísticos, são abordadas temáticas polêmicas como a ocupação de Israel em território palestino (Budrus, direção de Julia Bacha), o confronto de identidade de um jovem italiano que, por falta de uma perspectiva de emprego, vem a se tornar policial (Due Vite per Caso), ou a história de um menino (contada em formato road movie) que vai procurar seu pai morto por soldados americanos na invasão ao Iraque no início dos anos 90.
Quem é que então vai precisar dos blockbusters da competição, se na Panorama um acervo de instigante diversidade nos espera?
Fãs de cinema já estão na fila por ingressos para o Festival de Berlim
Pessoas esperam na fila para conseguir ingressos para o Festival de Cinema de Berlim. A 60ª edição da 'Berlinale' começa em 11 de fevereiro.
fonte: adoro cienma, g1, AP
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