domingo, 2 de maio de 2010

Mostra Thomaz Farkas no Instituto Moreira Salles

Entre 1961 e 1971, o fótografo e documentarista Thomaz Farkas produziu uma série de documentários – sob o título de "A condição brasileira" - que se tornaria um registro fidedigno e único de uma época. São 29 documentários sobre futebol, cangaço, religiosidade e artesanato; sobre os nordestinos em São Paulo, sobre as escolas de samba do Rio – filmes que revelam nossa condição social nas paisagens, pessoas e ações.

De 30 de abril a 6 de maio, o Instituto Moreira Salles apresenta a Mostra Thomaz Farkas e a condição brasileira, que exibirá os filmes que compõem esta série além de outras pérolas com direção ou produção de Farkas e um documentário sobre ele.

“Os filmes resultam da paixão de seus realizadores e de seu produtor. Foram feitos para um mercado então inexistente, para um espectador que não estava à espera deles. São filmes que se adiantaram a seu tempo. O que existia então era a inexistência de condições. Tudo era contra, a começar pela censura rigorosa à circulação de toda e qualquer informação”, comenta José Carlos Avellar, diretor da programação de cinema do Instituto Moreira Salles.

Entre os destaques estão os quatro documentários dirigidos por Farkas: Paraíso, Juarez (1971), Todomundo (1980), Hermeto campeão (1981) e Pixinguinha e a velha guarda do samba (1954/2006). A mostra exibe também o documentário Thomas Farkas, brasileiro, de Walter Lima Jr. e filmes mais recentes de Maurice Capovilla, Sérgio Muniz, Geraldo Sarno e Eduardo Escorel - quatro diretores que começaram a fazer cinema na série A condição brasileira.

Os quatro primeiros documentários da série A condição brasileira, em preto e branco, entre 30 e 40 minutos cada, foram feitos em 1964/1965: Memória do cangaço, de Paulo Gil Soares, produzido por Thomaz; Viramundo, de Geraldo Sarno, Nossa escola de samba, de Manuel Horacio Gimenez e Subterrâneos do futebol de Maurice Capovilla, com fotografia e produção de Thomaz.

Na segunda série foram feitos 25 documentários para mapear a cultura do Nordeste brasileiro. Nove foram realizados por Geraldo Sarno, sete são de Paulo Gil Soares, oito de Sérgio Muniz, e a lista se completa com um documentário de Eduardo Escorel: Visão de Juazeiro. Thomaz não se limitou a ser o produtor dos filmes, e participou da equipe de quase todos eles pelo menos como fotógrafo.

Além dos 29 títulos destas séries Farkas coproduziu, e em alguns casos também fotografou, vários filmes. Estão presentes na mostra Eu carrego um sertão dentro de mim (1980), de Geraldo Sarno, Feira da banana (1973) e A morte das velas do recôncavo (1976), de Guido Araújo, e Andiamo in’merica (1978), de Sergio Muniz.

A obra de Farkas também está reunida em sete dvds que a Videofilmes acaba de lançar com o título Projeto Thomaz Farkas / documentários.

Para mais informações, consultar o site do Instituto Moreira Salles, que fica localizado na Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea - Rio de Janeiro.

Mostra ocorre entre os dias 30 de abril a 6 de maio.

fonte: cineplayers

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