domingo, 12 de abril de 2009

Cinema canadense celebra hoje os melhores de 2008

Terminada a premiação do cinema canadense de língua francesa no domingo 29/03, no sábado 04/04 foi a vez do cinema canadense como um todo (o país e suas duas línguas, suas duas culturas): o Genie Awards.

O favorito é justamente C’est qu’il Faut pour Vivre, o vencedor da parte francesa, que foi mais bem recebido na parte inglesa (onde recebeu o título The Necessities of Life) que na parte francesa – normal, em se tratando do Canadá, essas diferenças – e saiu na frente com oito indicações (filme, diretor, roteiro, ator, figurinos, montagem, música e atriz coadjuvante).

Logo atrás vem a superprodução Passchendaele, que reconstrói a participação dos soldados canadenses na Segunda Guerra Mundial em meio a um choroso e melodramático caso de amor que a crítica apedrejou com toda força. Passchendaele ficou com seis indicações: filme, direção de arte, figurinos, ator, som e montage de som. A patriotada foi a maior bilheteria canadense do ano passado.

A maior curiosidade da lista dos melhores filmes é Amal, de Richie Mehta, drama bem recebido em festivais internacionais. Passado na Índia, foi completamente ofuscado por Slumdog Millionaire, para muitos uma tremenda injustiça, pois a história do milionário disfarçado de mendigo seria, jura os críticos canadenses, melhor que o filme de Danny Boyle.

Os alternativos preferem Normal, sobre a morte de um jovem autista num acidente de trânsito e as conseqüências do fato para três pessoas : a mãe, o irmão e a jovem que o ajudou a roubar o carro do acidente.

O queridinho da crítica é Tout Est Parfait, praticamente uma unanimidade entre os jornais canadenses nas duas línguas como o melhor filme do ano – coisa raríssima e bastante esquisita. Com o maior número de indicações, oito, (filme, diretor, fotografia, ator, atriz, canção e roteiro), concorre também na única categoria que venceu na parte francesa, ator coadjuvante.

Tout Est Parfait conta a história de Josh, o único sobrevivente de um grupo de adolescentes da periferia industrial de Montréal que fizeram um pacto de morte que terminou com o suicídio de três deles. Mentalmente frágil e totalmente recluso com a atitude de seus colegas, Josh é ajudado pelo pai alcóolatra de uma das vítimas, uma namorada de um dos suicidas e outros seres estranhos, excessivos, mórbidos e frágeis nessa fábula sombria que não tem nenhuma chance de sair ganhando, pois o assunto, o suicídio, é tabu aqui no Canadá.

Ano passado, Longe Dela, de Sarah Poley, sagrou-se o grande vencedor, com seis prêmios, batendo L’Âge des Ténèbres, de Denys Arcand (no Brasil com um abominável título de A Era da Inocência), e Juno, de Jason Reitman, filme indicado ao Oscar, num ano particularmente feliz para o cinema canadense. Esse ano, no entando, parece ser a vez do cinema em língua francesa de triunfar.

fonte: cineplayers

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